domingo, junho 03, 2007
23. FESTRÓIA
Dia 1:Em 23 anos de Festróia, esta é a primeira vez em que o seu
pai, Mário Ventura, não está presente, depois de nos ter deixado no ano passado. Assim, esta edição do festival não poderia arrancar sem a devida homenagem.
Foram momentos comoventes que se viveram com a exibição de um pequeno filme de tributo, enquanto uma banda de covers(?) interpretava ao vivo uma selecção de temas, cujo gosto fica ao critério de cada um. Depois, seguiram-se testemunhos emocionados de Renzo Fegatelli e Baptista Bastos. Mas como dissera o vocalista da tal banda durante a sua personificação de Freddie Mercury,
o espectáculo tem que continuar.
Este ano abriu-s eo Festróia com a homenagem ao cinema de nuestros hermanos:
Os Invisíveis primeiro e a ante-estreia nacional de
Capitão Alatriste depois. Ao mesmo tempo, no cinema Charlot, era exibido o clássico
Anjo Azul, mas como eu ainda não consigo estar em dois lados ao mesmo tempo (mas estou a tentar), tive que o deixar passar.
Ante-estreia Nacional - CAPITÃO ALATRISTE:Título:
AlatristeRealizador: Agustín Díaz Yanes
Ano: 2006

O Capitão Alatriste é um dos mais famosos heróis do folclore literário espanhol, um soldado da fortuna da Espanha Imperialista do século XVII - um parente afastado do D'Artagnan de Dumas, mas envolto numa aura mais negra.
A sua adaptação ao cinema, com Viggo Mortensen no principal papél e a falar espanhol de forma irrepreensível (isto de ser o Rei dos Homens é como ser Papa - sabe-se milhentas línguas), é até há data o filme mais caro de sempre do cinema espanhol. Mas, infelizmente, podemos já adiantar que não é o melhor.
Como já referi atrás, o
Capitão Alatriste (onde capitão é so alcunha) é um bravo soldado a soldo - pode não ser o mais piedoso e correcto, mas é o mais valente e honrado. Alatriste é o equivalente de Blueberry do Império Espanhol. Aliás,
Capitão Alatriste é o que devia ter sido a adaptação cinematográfica de
Blueberry: um filme de aventuras de época, cujo protagonista é um carismático anti-herói, que vai sempre para a cama com a mulher mais desejada.
Visualmente estrondoso, com claras influências barrocas da pintura de Velazquez (a referência ao pintor não é inocente),
Capitão Alatriste é, no entanto, algo desiquilibrado; talvez devesse ter-se preocupado em ser simples e directo, em vez de abordar de uma só vez várias décadas de aventuras do espadachim espanhol.
Capitão Alatriste é assim uma sequência de aventuras mais ou menos secundárias de Alatriste, enquanto que por trás decorre paralelamente, uma trama mais complexa, nos bastidores políticos do Império, da Inquisição e do Clero.
O próprio crescimento da personagem de Alatriste é desiquilibrado, nomeadamente os seus ideais políticos ou o desenvolvimento dos seus sentimentos para com a bela Maria de Castro (Ariadna Gil).
Capitão Alatriste é um filme de aventuras que dá um passo maior que a própria perna; por enquanto, este McBacon continua a não fazer esquecer as heróicas matinés de Errol Flynn.
+ info:Homenagem a Espanha -
Os Invisíveis
Posted by: dermot @
12:34 da tarde
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