domingo, dezembro 26, 2004
O FEITICEIRO DE OZ:
Título:
The Wizard Of Oz
Realizador: Victor Fleming
Ano: 1939
Uma mensagem escrita precede o início do filme, avisando-nos que esta é uma história com muitos anos de vida, que continua a fazer as delícias dos demais. Como se o aviso fosse necessário, tal é a reputação que
O Feiticeito De Oz detém em todo o mundo.
Adaptação de um dos mais célebres contos infantis norte-americanos,
O Feiticeiro De Oz é uma história de crianças para adultos, que está para o cinema, assim como
O Principezinho está para a literatura. Para entendermos a magia e a importância deste clássico intemporal, basta termos em conta o facto de ser um dos filmes com passagem televisiva obrigatória nos Estados Unidos.
O Feiticeiro De Oz conta a história de Dorothy (Judy Garland) que, juntamente com o seu cão Toto, é transportada por um tornado para um mundo mágico e alternativo. Aí, a única forma de regressar a casa, no Kansas, é encontrar o poderoso Feiticeiro de Oz. Na sua jornada, vão-se-lhe juntar o Espantalho (Ray Bolger), que procurava por um cérebro; o Homem-de-Lata (Jack Haley), que ansiava por um coração; e o Leão (Bert Lahr), que almejava por coragem.
Os estúdiso da MGM apostaram tudo neste filme e mesmo com a dança de realizadores, conseguiram tocar na vitória. Conseguindo alcançar a magia ímpar da Disney,
O Feiticeiro De Oz era uma bela conjugação do imaginário de
Alice No País Das Maravilhas, com
Branca De Neve e Os Sete Anões e
Peter Pan.
Para isso, recorreram-se de uma fábula fantástica, estreando a técnica technicolor, para criar um universo colorido inesquecível, num belo contraste com o universo real em tons de sépia.
O Feiticeiro De Oz é magia, mas é ainda mais que isso. É magia no folclore abordado, fabuloso e apaixonante, e é magia no misticismo e psicadelismo; para isso, atende-se às espantosas "coincidências" com a posterior obra-prima dos Pink Floyd,
Dark Side Of The Moon.
O Feiticeiro De Oz é ainda mais do que isso. É uma mensagem moral, recheada de simbolismos e crítica social. Se de um lado é a bonita história de quatro companheiros de viagem, que afinal são um só, e que tomam consciência dos importantes valores da vida, por outro lado é a crítica de uma jovem do povo, muito terra-a-terra (Dorothy), que trava contacto com a indústria (Homem-de-Lata), a política (Leão) e a actividade rural (Espantalho), e que para atingir os seus fins, terá que percorrer a Estradas Dos Tijolos Amarelos, ou seja, o ouro como caminho e motivo.
Mas
O Feiticeiro De Oz ainda não fica por aqui. É uma belíssima jukebox de canções memoráveis, ou não fosse Somewhere Over The Rainbow a mais bela canção do cinema. E é aind aum espectáculo visual cativante, de efeitos especiais arcaicos, mas eficazes.
Uma última referência ainda ao elenco: Judy Garland deslumbra, apesar de muito jovem, à semelhança do que acontecera um ano antes, com Shirley Temple; os seus três companheiros de viagem são excelentes nos maneirismos e na caracterização dos bonecos que encarnam e extremamente convincentes na expressividade sentimental; e Margaret Hamilton será sempre a mais genial bruxa da sétima arte - estará para a figura de bruxa, assim como Bella Lugosi estará para a de Drácula e Boris Karloff para a de Frankenstein. Arrepiante, a maneira como ameaça
I'm gonna get you my pretty and your little dog Toto, too.
Se este filme não é um Royale With Cheese, não sei o que será.
Um universo à parte, que utiliza o cinema enquanto máquina de sonhos. Mas para os que não são jovens de coração, compreendo que possa ser um Le Big Mac.
Posted by: dermot @
6:48 da tarde
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